quarta-feira, 19 de abril de 2017

Aliteração

Pensar com fome é osso
Viver é amargo e doce
Amar sob impulso é posse
Agir sem pensar é coice

Riscar livremente é traço

Pra por no lugar só gesso
Papel rasgado se amassa
De missa não sei um terço

Escada que subo e desço

No ontem que agora esqueces
Inspiração a qual pereço
Sentidos se estabelecem

Os fios que hoje teces

Novelos roídos por traças
Na taça o vinho que bebes
Sem pressa a vagar nas praças

Na ausência de som que ouvisse

Baixinho caberia um verso
Versando a dor, traduzisse
Silêncio, sentimento imerso.

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