segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Essa é pra você, Mamãe!

Do laço maternal, o cordão umbilical
Das conexões mais profundas desde o ventre
Entre, as fortes contrações e as pequenas ações
Superação
Extinto protetor que se confirma na amamentação.
Na gota de leite que cai do seio,
Deleite
No peito que aguente o peso de um novo ser
No colo, refúgio sagrado que transborda carinho
Se deite
Eu me deito sempre que posso, melhor lugar não há
Assim como também é difícil de encontrar,
O tempero mais saboroso, o abraço sincero,
E o cheiro do perfume que a senhora deixa ao sair de casa
Nas manhãs que da plantão
Se bem que nos dias de folga, a casa te aperta
São roupas sujas, filhos grandes e a preocupação em alerta...

É mãe, escrevo para a senhora
A mais linda poesia que conheci até hoje.
Obra valiosa na academia da vida.
Escrevo mais sei que essas linhas são pouco,
Pouco pra quem traçou boa parte do meu caminho,
Quem me ensinou as primeiras palavras e quem até hoje corrige meus muitos erros.
Eu sou cria de quem criou e foi criada pela vida,
Filho de uma dona de casa e neto de uma lavadeira
Eu sou orgulhoso por ti minha mãe.
E serei extremamente grato a vida inteira.


terça-feira, 6 de dezembro de 2016

O Vento

Um corpo em repouso na cama
Uma mente a procura da calma
Sob o sopro de um vento forte,
Que sacode pensamentos e balança a alma.

Como roupas no varal que esqueceram de guardar
Estendidas na manhã de um dia ensolarado,
Que após recolhidas deixam de ser
Retalhos de pano que haviam secado.

Entre a folha que cai e a porta que bate
Existe uma misteriosa força impalpável
A mesma força que traz do mar,
A leve brisa que tudo torna agradável.

Cabelos soltos sem pudor,
Velejo com o horizonte na direção do norte
Como uma pipa solta perdida no céu
Que despenca trazendo moinhos de sorte.

A vida é assim,
Aventureira como uma gaivota a procura de novos ares
Passageira como a faixa branca deixada por um avião a jato
É o monte com a paisagem mais bela
Onde diariamente todos nós ensaiamos saltos.


terça-feira, 1 de novembro de 2016

O Samba da Flor de Jambo

Eu mocado no mucambo
Juntando umas muamba pra fazer escambo
Ela passava a desfilar
Dançando e gingando ao som do Mambo
Coração forte feito o do Rambo
Disparava a cada toque do bumbo
Eu que sempre fui tão vagabundo
Estava preso naquela flor de jambo
Não sendo um tedioso tango
Tudo que tocar com você eu danço
É que quando você passa eu acho graça
Esqueço do mundo e devagarinho sambo


segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Por aí

Apenas mais um rapaz comum, sem sobrenome e parente importante
Sem herança e riqueza mas o coração de uma dimensão gigante
Andando por todos os cantos, já que a vida é uma grande viagem
Eternizo os momentos bons, o resto não há espaço na bagagem
Sigo calmo como o transito da minha cidade, que me permite atravessar a rua sem olhar pra trás
Não se desespere se eu sumir por uma semana, ou se também não aparecer nunca mais
É que novas paisagens me satisfazem, e essa estrada despertou a vontade de caminhar
Entorpecido de novidades, estou te perdendo pra quem sabe me achar
Nesse caminho ainda desconhecido e de mãos dadas com a curiosidade
A passos largos eu me afasto de tudo aquilo que era saudade
Me permito a desbravar novos cursos, como um rio que passa debaixo da ponte
Águas não pedem passagem, apenas transbordam no limite do horizonte 
Guarda o que ficou na dispensa, e dispensa as magoas que restaram
Não és ruim a tal ponto de ignorar os bons momentos que sobraram
Vagando em um mesmo vagão por aí quem sabe a gente não se encontra
Na certeza de que os tempos são outros, as malas já estarão prontas
É minha sina conhecer o mundo, e isso carrego desde menino
A gente se vê pelas esquinas da vida, 
Vou partir sem deixar pistas, vestígios do meu destino ...






quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Desilusão

Meu mundo caiu
Mesmo com os pés em terra firme
Caiu também a ficha,
E nela estava escrito o fim.
De mim, não espere mais nada
Já não estou afim de esperar
Por alguém que só se ausenta
Que esquece e aumenta, toda essa ilusão
Aqui nesse mesmo chão
Éramos três, você, eu e o talvez
Mas o tempo urgiu e agora somos dois
Você, quem sabe depois
Porque hoje meu par é a desilusão.


quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Até mais ver

Me perdi no labirinto que é o seu pescoço
E fiz de tudo para que tão cedo não me encontrasse
Nas curvas das suas coxas, menina moça
Não teve parte que minha mão não navegasse 
Quase me afoguei no teu perfume
Fui salvo pela respiração boca a boca
Vi o arrepio a flor da pele morena
E um sussurro baixinho da sua voz rouca
Enquanto os lábios se reencontravam
Era tato, contato e infinitos carinhos
A noite cedeu o lugar a um novo dia
Deixando para nós diferentes caminhos
Quando o sol refletiu no seu sorriso, pequena
Já era hora do fim da festa
Alisei suas sobrancelhas, eram as últimas centelhas  
Pra dizer até logo beijando sua testa.

domingo, 14 de agosto de 2016

Pálido Luar

Tiro um cigarro do maço
Me refaço, como o tempo e o espaço
Sopro com força a fumaça,
Espero que saia do peito o cansaço

Corações vazios entre as esquinas
Alguns goles no café requentado
Um céu nublado por detrás da cortina
Enquanto todos dormem eis que estou acordado

Vejo o orvalho a molhar as flores
Lembrando o teu corpo suado
Espero que logo passem as horas
Vendo um velho relógio parado

Ansioso fico se não tenho o teu colo
Aflito a tudo que me lembra você
Até mesmo sendo adubado o solo
Levaria um bom tempo a te ver florescer

Sigo colecionando sonhos, 
Das noites em que você me visita
Ao acordar me deparo com a realidade
E a distância entre nós é o que mais irrita

Vou pra janela como quem espera sua chegada
Achando que por acaso pudesse te enxergar
Com olhos vidrados sob as calçadas
Testemunho apenas um pálido luar

Porém, entre a luz da lua e a do poste
O brilho dos seus olhos têm sido mais forte
Só que recentemente não venho dando sorte
E contempla-los virou um desconhecido esporte.


segunda-feira, 1 de agosto de 2016

01/08

No meu corpo um encosto
O Contraste, o oposto
Da leveza de tua alma

Na minha boca um mal gosto
Agridoce o desgosto
Que afasta minha calma

Ainda ontem era julho, fazia frio
Disso eu me lembro
Mas agora é agosto, vou me aquecer em seu rosto
Antes que chegue setembro.

Depois da Chuva

Choveu forte por aqui e não tive onde me abrigar
De peito aberto ao temporal, sentir minh'alma lavar
A enxurrada levou tudo, renovado agora estou
Já não sou o mesmo de antes, desde o dia em que estiou
Quando as nuvens se carregam, encho-me também de esperança
É que sei que depois da tempestade, há de vir a bonança.