quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Até mais ver

Me perdi no labirinto que é o seu pescoço
E fiz de tudo para que tão cedo não me encontrasse
Nas curvas das suas coxas, menina moça
Não teve parte que minha mão não navegasse 
Quase me afoguei no teu perfume
Fui salvo pela respiração boca a boca
Vi o arrepio a flor da pele morena
E um sussurro baixinho da sua voz rouca
Enquanto os lábios se reencontravam
Era tato, contato e infinitos carinhos
A noite cedeu o lugar a um novo dia
Deixando para nós diferentes caminhos
Quando o sol refletiu no seu sorriso, pequena
Já era hora do fim da festa
Alisei suas sobrancelhas, eram as últimas centelhas  
Pra dizer até logo beijando sua testa.

domingo, 14 de agosto de 2016

Pálido Luar

Tiro um cigarro do maço
Me refaço, como o tempo e o espaço
Sopro com força a fumaça,
Espero que saia do peito o cansaço

Corações vazios entre as esquinas
Alguns goles no café requentado
Um céu nublado por detrás da cortina
Enquanto todos dormem eis que estou acordado

Vejo o orvalho a molhar as flores
Lembrando o teu corpo suado
Espero que logo passem as horas
Vendo um velho relógio parado

Ansioso fico se não tenho o teu colo
Aflito a tudo que me lembra você
Até mesmo sendo adubado o solo
Levaria um bom tempo a te ver florescer

Sigo colecionando sonhos, 
Das noites em que você me visita
Ao acordar me deparo com a realidade
E a distância entre nós é o que mais irrita

Vou pra janela como quem espera sua chegada
Achando que por acaso pudesse te enxergar
Com olhos vidrados sob as calçadas
Testemunho apenas um pálido luar

Porém, entre a luz da lua e a do poste
O brilho dos seus olhos têm sido mais forte
Só que recentemente não venho dando sorte
E contempla-los virou um desconhecido esporte.


segunda-feira, 1 de agosto de 2016

01/08

No meu corpo um encosto
O Contraste, o oposto
Da leveza de tua alma

Na minha boca um mal gosto
Agridoce o desgosto
Que afasta minha calma

Ainda ontem era julho, fazia frio
Disso eu me lembro
Mas agora é agosto, vou me aquecer em seu rosto
Antes que chegue setembro.

Depois da Chuva

Choveu forte por aqui e não tive onde me abrigar
De peito aberto ao temporal, sentir minh'alma lavar
A enxurrada levou tudo, renovado agora estou
Já não sou o mesmo de antes, desde o dia em que estiou
Quando as nuvens se carregam, encho-me também de esperança
É que sei que depois da tempestade, há de vir a bonança.